A entrevista, com o físico Paulo Artaxo, abaixo foi retirada da Revista Ciência Hoje. E traz um assunto bem interessante sobre o IPCC.
O Tal do IPCC
Debates acalorados sobre mudanças climáticas já são quase rotina. Nessa batalha científica, que não raras vezes ganha contornos político-ideológicos, há um personagem tão complexo quanto mal compreendido: o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Cientistas abnegados, cavaleiros do apocalipse, arautos do cataclismo ou alarmistas de meia-tigela? Não são poucos os rótulos e alcunhas atribuídos ao painel, criado em 1988 pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
São quatro os principais relatórios do IPCC – os tão comentados Assessment reports. O primeiro saiu em 1990; o segundo em 1995; o terceiro em 2001; e o último em 2007 – que rendeu à instituição, naquele ano, um Nobel da Paz. O quinto relatório já está no forno, previsto para 2014. Entretanto, mesmo sendo a principal voz na enunciação do discurso das mudanças climáticas, “ainda se faz muita confusão sobre o verdadeiro papel dessa instituição”. É o que diz Paulo Artaxo, físico da Universidade de São Paulo (USP) e membro do IPCC.