O principal porta-voz do governo do Japão, Yukio Edano, disse hoje
que o governo estuda proibir a população de entrar na área a um raio de
20 quilômetros da usina nuclear Daiichi, em Fukushima. É o sinal mais
forte até o momento de que o governo pode adotar esse plano. "Nós
entendemos as pessoas que querem retornar, tendo partido apenas com suas
roupas. Nós estamos nos últimos estágios para estabelecer um plano a
fim de permitir a entrada temporária para os moradores retirados,
salvaguardando sua saúde e segurança", disse Edano.
O primeiro-ministro Naoto Kan avalia a possibilidade de o governo
fazer um anúncio amanhã proibindo a entrada de pessoas, segundo uma
pessoa ligada ao assunto, citada hoje pela agência Kyodo News.
O governo emitiu uma ordem de retirada para a área de até 20
quilômetros da usina nuclear, que está emitindo material radioativo por
causa de um acidente após o terremoto e subsequente tsunami ocorridos em
11 de março. Porém alguns moradores se recusam a deixar a área,
enquanto outros têm entrado e saído da região para retirar seus
pertences. Caso a ordem do governo seja imposta, ninguém poderá entrar
na área sem uma autorização específica das autoridades.
Hoje, o Japão proibiu formalmente a pesca e o consumo de um pequeno
peixe na costa de Fukushima, após água contaminada com radiação ter sido
lançada na região. A proibição afeta o peixe conhecido como konago,
informou o Ministério da Saúde. Os pescadores, porém, já evitavam
trabalhar na área, depois de ter sido detectado nível elevado de
radioatividade mais cedo neste mês na região.
Após 11 de março, houve alguns vazamentos na água e, além disso, água
contaminada foi lançada ao mar. Autoridades disseram, porém, que o
oceano deve diluir logo os elementos contaminantes, entre os quais o
césio, e que eles não representam maior risco à saúde pública nem ao
ambiente marítimo. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Estadão.
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