Novo estudo aponta que as usinas beneficiam diversas espécies e fornecem um novo habitat para animais marinhos
Apesar de ser considerada uma energia limpa, a indústria eólica sempre enfrentou alguns problemas com ambientalistas, que, entre outras reclamações, acusam as turbinas geradoras de energia de serem perigosas para diversas espécies de animais. Entretanto, uma nova pesquisa indica que as usinas eólicas podem ser, na verdade, benéficas para a fauna.
O relatório, desenvolvido pelo Instituto de Recursos Marinhos e Estudos do Ecossistema (IMARES) da Universidade e Centro de Pesquisa Wageningen e pelo Escritório Waardenburg do Instituto Real de Pesquisa Marinha da Holanda (NIOZ), sugere que as turbinas eólicas offshore não oferecem quase nenhuma conseqüência negativa para a fauna, e, por outro lado, fornecem um novo habitat para os animais marinhos, estimulando a biodiversidade.
“O número de pássaros que colidem com as turbinas não foi determinado, mas foi estimado em ser bastante baixo com base em observações e cálculos”, declararam os cientistas. “Para peixes e mamíferos marinhos, as fazendas eólicas fornecem um oásis de calma em uma área costeira relativamente agitada”, exemplifica Han Lindeboom, professor do IMARES.
A pesquisa explica que as fazendas eólicas funcionam como um novo tipo de habitat para muitos animais, que se alojam em seus alicerces e nas pedras que apóiam ou circundam as turbinas. Além disso, o estudo verificou que as instalações protegem várias espécies e por isso, botos e corvos-marinhos, por exemplo, são vistos em grande quantidade perto das fazendas. Apenas algumas aves, como o pelicano, parecem evitar as instalações.
“No máximo, algumas poucas espécies de pássaros evitarão tais fazendas eólicas. Acontece que uma fazenda eólica também fornece um novo habitat natural para organismos que vivem no fundo do mar como mexilhões, anêmonas e caranguejos, contribuindo assim para aumentar a biodiversidade”, afirmou Lindeboom.
Apesar disso, o estudo admite que as lâminas ou pás das turbinas podem ter efeitos prejudiciais em algumas espécies de pássaros, e aconselha que as fazendas sejam construídas em locais específicos para causarem menos impacto. No mês de junho, o Instituto de Pesquisas em Biodiversidade (BRI) lançou algumas recomendações sobre questões ambientais, como a migração, a serem consideradas na hora da instalação de energias renováveis.
“A implementação cuidadosa do desenvolvimento das energias renováveis pode ter um papel fundamental em minimizar impactos à vida selvagem. No entanto, isso requer conhecimento detalhado de onde os animais se reproduzem, hibernam e migram”, alertou David Evers, cientista e diretor executivo do BRI.
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